segunda-feira, 7 de maio de 2012

Filosofia da corrida

O lendário corredor olímpico americano Steve Prefontaine, um dos meus maiores ídolos em qualquer referência, disse certa vez que corria para ser o mais corajoso, e não o mais rápido.

Para corredores como eu, não há alento maior.

Isso porque estou longe do nível que almejo.

E qualquer um que pratique um esporte competitivamente, sobretudo a corrida, sabe do que estou falando. O caminhoso é tortuoso, dolorido, e lento. E a corrida é cruel porque é objetiva. Ao final do espetáculo você possui uma marca crua que evidencia seu estado atual de maneira mais sincera que qualquer outro esporte jamais conseguiu.

Aqui não falo da corrida como atividade que vem crescendo em número exponencial no país - pessoas vem descobrindo o esporte dia após dia como uma das atividades mais saudáveis, prazerosas e simples que podem existir - mas sim da corrida como esporte competitivo, da luta por posições, do alcance do limite físico até descobrir que esse limite é um pouco menor do que o limite seguinte.

E esses limites, quando os alcançamos, caminhamos por terrenos desconhecidos que superam o físico e fazem da corrida algo espiritual, uma força que surge quando nossos recursos já estão exauridos.

Ao pensar num sentido filosófico do porque corro até descobrir e superar esse limite, penso que creio na teoria de que nós, seres humanos, só damos valor à vida à medida que nos aproximamos da morte.
E a corrida é a melhor forma que encontrei para isso. Posso dizer que corro para dar valor à vida.

Acredito que todo ser humano que se preze deve ter um ideal no qual acredita e algo que faça seus olhos brilharem.

O meu ideal, é o ideal olímpico, esse tão bonito acontecimento do esporte, de união dos povos, capaz de parar guerras, de formar heróis, de transformar mundos.

E a corrida, sim, é daquelas poucas coisas que fazem meus olhos brilharem.



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